23. Mandora e os Piratas

Escrito por William Overgard

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​Sinopse oficial
A Oficial Mandora prende o robô renegado Capitão Cracker e leva seu cargueiro espacial para o Planeta Penal Cinza. Cracker prende-a e solta todos os prisioneiros. Mandora envia sua moto Electra Charger para trazer Lion-0 em seu auxílio. O batedor de carteira regenerado, Mãozinha, ajuda o Lion-0 a resgatar Mandora, acionando o Freio Orbital e parando o planeta. Lion-0 é sequestrado pelo Capitão e quando o cargueiro está no espaço profundo novamente, é feito o thundercat andar na prancha. Mandora e Mãozinha recuperam a perdida Espada Justiceira e perseguem o cargueiro. Eles chegam bem a tempo de pegar Lion-0 enquanto ele cai no infinito. Lion-0 sinaliza aos ThunderCats com o Olho de Thundera para avisá-los da chegada de Cracker no Terceiro Mundo. Os ThunderCats capturam Cracker e sua equipe de robôs em uma rede de aço. Mandora e Mãozinha partem para devolvê-los ao Planeta Prisão.

Moral pelo Dr. Robert Kuisis
Lion-O não hesita em ir em auxílio de sua amiga Mandora. Ela, por sua vez, resgata Lion-O quando está em apuros. Ambos, Lion-O e Mandora, concedem perdão a Mãozinha. Ele ganhou seu apoio por sua regeneração e pelas boas ações que realizou ao ajudá-los no combate ao Capitão Cracker e os prisioneiros.

Amigos são dignos de apoio e assistência, e quando interagimos com eles, sentimos uma camaradagem e proximidade. Às vezes, como Mãozinha, quando fazemos algo errado, ficamos envergonhados de estarmos isolados dos amigos. Nunca devemos sentir que não podemos mudar ou fazer reparações ou que devemos sempre ser um estranho. Quando fazemos algo com boas intenções para reparar o que fizemos de errado com nossos amigos, seremos aceitos de volta à amizade deles.

Elenco e personagens
Lion-O: Newton da Matta
Panthro: Francisco José
Tygra: Francisco Barbosa
Cheetara: Carmen Sheila
Wilykit: Marisa Leal
Wilykat: Nizo Neto
Snarf: Élcio Romar
Jaga: Garcia Neto
Mandora: Dolores Machado
Mãozinha/Ligeirinho: Flávio Colatrello Jr.
Capitão Cracker: Mário Monjardim

Locais em destaque: Planeta Penal Cinza.

Veículos em destaque: Electro Charger.

Comentário oficial
Quanto mais se aprofundar na série ThunderCats, mais claro fica que um dos maiores desafios enfrentados pelos roteiristas no programa teria sido continuar criando novas tramas originais com personagens novos e únicos, para manter as aventuras dos heróis felinos frescas.Algo que os roteiristas de séries animadas desse período foram encorajados (e às vezes instruídos) a fazer era manter os eventos de cada episódio “independentes”, isto é, os eventos que ocorrem em cada episódio não deveriam ter um impacto duradouro sobre a série como um todo. A principal razão para isso foi por causa de episódios sendo mostrados fora de sequência, seja em redes de televisão locais, quando mostrado em syndication, ou mesmo através de lançamentos de vídeo em casa. Uma das coisas louváveis ​​sobre ThunderCats é que, particularmente no caso da segunda temporada da série, até certo ponto eles realmente evitaram essa tendência – no entanto, a maior parte da primeira temporada de ThunderCats foi escrita neste formato mais “autocontido” e, como tal, é um testemunho para os escritores que eles foram capazes de chegar a uma coleção tão diversificada de idéias de histórias.

Uma dessas histórias é o conceito de trazer os ThunderCats de volta ao espaço, onde aconteceu muito do episódio piloto “Exodus”. Em episódios posteriores, os ThunderCats teriam seu veículo espacial, o Feliner, para levá-los em missões espaciais, mas neste ponto da série, em “Mandora e os Piratas”, é a primeira incursão do show nesse tipo de história. Por um lado, um episódio como este pode parecer um pouco diferente dos episódios baseados em fantasia da série que foram vistos até agora, e ainda assim este elemento esteve sempre presente nos ThunderCats – primeira cena do primeiro episódio é de uma nave espacial partindo de um planeta agonizante! Assim, nesse contexto, esse tipo de episódios talvez não sejam tão distantes quanto se poderia pensar inicialmente.

É justo dizer que as jornadas dos ThunderCats no espaço provariam ser um amálgama em termos de qualidade de episódios, e quando se percebe que “Mandora e os Piratas” foi escrito por William Overgard, um escritor que usaria o espaço como tema para apresentar francamente alguns dos momentos mais bizarros de toda a série, é fácil supor que este episódio vai ser muito estranho ou geralmente de má qualidade. E, no entanto, de alguma forma, esse episódio consegue escapar de ambos os estigmas – embora existam episódios inegavelmente mais fortes de ThunderCats do que este, ainda há muitos fatores para resgatá-lo.

Um desses fatores é a inclusão de Mandora, a Caçadora do Mal, em sua segunda aparição. Uma forte protagonista feminina, Mandora iluminou a tela em seu episódio de estréia e o faz novamente aqui, criando um cenário verdadeiramente confiável para a primeira aventura espacial dos ThunderCats, pois, é lógico que, como os ThunderCats seriam amigos de diferentes pessoas, essas conexões os levariam a diferentes tipos de lugares e locais, incluindo o espaço! Os muitos locais do espaço exterior neste episódio realmente proporcionam uma sensação real de ampliar o universo dos ThunderCats aos olhos do espectador, e na conclusão do episódio com sucesso, ligando isso com o Terceiro Mundo. Na minha opinião, todos os elementos espaciais deste episódio são brilhantemente tratados e forneceriam um bom fundamento para futuros episódios posteriores da série.

Talvez uma das coisas mais louváveis ​​sobre esse episódio também seja que, incluindo Mandora e Mãozinha, este episódio se torne algo como uma sequência de “Mandora a Caçadora do Mal”, e assim estabelece um elemento de continuidade. O próprio Mãozinha está sujeito a algo de notável como personagem, desenvolvendo-se desde o batedor de carteira procurado fugindo da lei até o personagem regenerado servindo seu tempo a alguém respeitado e confiável por Mandora e pelos ThunderCats. Ver Lion-O tentando resgatar Mandora com Mãozinha ao lado dele, e observando como isso é natural, é uma boa ilustração de como o personagem de Mãozinha evoluiu de sua aparição anterior, mas são tão sutis essas caracterizações que isso não parece natural ou forçado.

Quanto ao vilão, o Capitão Cracker, e todo o tema “piratas no espaço” deste episódio, mesmo estes são tratados com muito sucesso. Mais tarde, em sua escrita de ThunderCats, William Overgard introduziria alguns conceitos e elementos em seus episódios que apenas estremeceriam horrivelmente com o conceito geral e o tom da série, mas neste estágio a introdução do Capitão Cracker, sua tripulação robótica, seu navio e seu histórico se parecem relativamente naturais dentro do contexto de uma série como essa. Parece, é claro, estranho ver um pirata robótico jorrando ou ostentando todos os clichês piratas, até mesmo o papagaio robótico, sem nenhuma explicação dada a como tal criação poderia vir a existir, mas, como tantas coisas em um show como os ThunderCats, isso requer a suspensão da descrença!

Na verdade, também há alguns pontos ligeiramente mais fracos neste episódio – a trama, apesar de toda a sua originalidade, não tem a sensação de impacto presente em algumas das melhores ofertas dos episódios anteriores, e há outro ponto bastante conveniente que (mesmo com o suspensão de descrença acima mencionada) não parece verdadeira, que sendo a declaração de Lion-O para Mãozinha que ele é incapaz de ativar o Olho de Thundera em seus esforços para resgatar Mandora por causa do campo magnético que está presente. Embora seja verdade que o Olho de Thundera, às vezes, mostre ter limites e ser um tanto instável, este limite em particular parece errado, dado que a Espada é um item mágico e assim deveria, pelo menos a meu ver, ser apenas capaz de ser interferido por forças mágicas ou elementares. O fato de ser possível respirar no vácuo sequer vale tratativa. No entanto, deixando de lado essas críticas relativamente pequenas, “Mandora e os Piratas” ainda é uma aventura agradável e um dos roteiros mais fortes do ThunderCats de William Overgard.

Escrito por Chris (He-Fan)

Curiosidades

  • Este episódio marca a segunda aparição de Mandora, a Caçadora do Mal, e como ela primeiro, é escrita pelo escritor William Overgard. Overgard escreveria a maioria dos episódios que continham Mandora.
  • Este episódio nos apresenta o pirata robótico instável, Capitão Cracker. Cracker voltaria na 2ª temporada, notadamente no episódio “A Vingança de Cracker”, que mais uma vez seria escrito por William Overgard.
  • Neste episódio, vamos dar uma breve olhada em mais dois membros da Força de Controle Interplanetário, revelando que o capacete de Mandora não é exclusivo para ela, mas que parece ser uma questão padrão para os oficiais do FCI.
  • O personagem “Mãozinha” retorna neste episódio, desta vez como um personagem regenerado.
    O escritor William Overgard parece ter gostado de escrever para personagens piratas, tendo também contribuído com dois roteiros para a série animada Peter Pan e os Piratas!
  • Em sua primeira aparição, no episódio “Mandora, a Caçadora do Mal”, Mãozinha foi chamado de Ligeirinho pela tradução dos Estúdios Herbert Richers. Seu nome original é bem difícil de traduzir, “Quick-Pick”.

Texto extraído de thundercats.org com tradução e adaptações de Luciano Marzocca

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